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Hobbies

"Hobbies são manias que protegem o mundo de nossa insanidade, adquira alguns e terá menos vontade de atirar objetos sobre outras pessoas."
Viviane das Graças Vieira


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Repensando...



Discutir a relação é o pesadelo de muitos casais, mas nenhuma discussão é mais confusa e difícil do que a que fazemos em nossos próprios pensamentos.
Ouvir alguém dizer que temos que repensar os nossos motivos, mudar, olhar por outra perspectiva é complicado e difícil de aceitar.
Quando nos deparamos com essa resposta dentro de nós mesmos é ainda mais complicado.
Repensar não é aceitar que a maneira com que pensamos é toda errada, mas entender que não é tão eficaz.
Esperar um telefonema que não foi prometido, imaginar que uma carona é uma declaração de amor, confundir preocupação com paixão reprimida não é saudável para ninguém...
Tendemos a ver o que queremos e interpretar como melhor se encaixa em nossa concepção de perfeito.
Aquele sorriso pode ser simplesmente um sorriso, o abraço simplesmente um abraço e o fato da pessoa se preocupar se você está bem pode ser simplesmente uma questão de humanidade.
Não que seja descrente dos gestos que demonstram afeição, mas superestimá-los é um equivoco.
Quando gostamos de alguém e não somos correspondidos não existe um culpado, não há o que desculpar, faz parte da vida. Resta-nos enfrentar o que for necessário e nos garantir o direito de viver bons e maus dias.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Silêncio



Descobri que poucas coisas são tão difíceis como ficar em silêncio.
É perturbador ficar sozinho com os próprios pensamentos. No meu caso é até perigoso, eu penso tanta coisa em tão pouco tempo, que se tivesse que escrever tudo o que penso, tendinite seria o menor de todos os meus problemas. Neste silêncio inquieto dos meus pensamentos permaneço em um estado constante de conflito. Tenho pra mim que esse conflito não seja de todo mal, afinal: se paz for conformismo, bom mesmo é ficar onde estou. Mas se o que me inquieta é a busca por viver e não somente existir, então eu vivo em paz – ainda que seja essa paz inquieta – certa de que o sonho não é tão bom quanto a realidade

terça-feira, 22 de outubro de 2013

DEIXEMOS PARTIR



Entendo que para as coisas que nos decepcionam só há um canal saudável por onde devemos deixa-las partir.
Já escrevi outras vezes sobre o que pode ser feito com um pedaço de papel e uma caneta e o quanto um escritor pode sentir-se livre neste momento. Mas hoje, por já não ser mais tão simples, fico feliz por encontrar nos limites de um caderno uma certeza.
Quando alguns momentos roubam de nós o que temos de bom e devolve um reflexo distorcido da nossa própria realidade nos resta recorrer ao mundo que entendemos.
Conheço as margens do caderno, o som da caneta quando todos os outros sons estão desligados, e , mesmo não tendo reconhecimento publico pelo que escrevo, por um instante sei realmente quem sou, sem diminutivos, exageros ou caricaturas...
Neste momento e por este momento recupero o que foi roubado, devolvo cada palavra ao seu lugar com as medidas que lhe cabem e lanço fora o que é excesso.
É um erro na nossa vida recolhermos os excessos, reservar lugar para o que não se encaixa; o que ouvimos e não nos faz sentido se guardado só ocupa espaço e nos torna pesados e cansados. Então deixemos partir com um momento de explosão a que se tem direito, com um silencio de racionalização e enfim com uma obra prima que nos faz descobrir que o que temos de bom regressou.